CORPOREIDADES ABJETAS NO ESPAÇO ESCOLAR: TENSIONANDO O CISTEMA SEXO-GÊNERO

Autores

  • MILLENA LYRA VALENÇA Universidade Federal de Pernambuco
  • ALINE RODRIGUES MALTA Universidade Federal de Pernambuco

DOI:

https://doi.org/10.31692/2595-2498.v5i3.274

Resumo

Com a ascensão da extrema direita no Brasil, a intensificação dos ataques aos debates em torno das questões de gênero e sexualidades no contexto educacional têm emergido como sintomas da instabilidade político-social instaurada nos últimos dez anos. Empenhadas na propagação do pânico moral,  por vezes baseado nas chamadas fake news, a cruzada reacionária frente à garantia de direitos e enfrentamento à violência contra a população LGBTQIA+ tem obstaculizado o avanço dessas pautas no tocante aos aparatos reguladores de estado que norteiam as práticas pedagógicas. Os embates em torno do último Plano Nacional de Educação que culminou na supressão do termo gênero na Base Nacional Comum Curricular lançam luz sobre um cenário de disputas e tensionamentos acerca da questão. Com o objetivo de contribuirmos para as discussões em torno das relações de gênero e sexualidades no espaço escolar, mobilizamos categorias de análises que apontam para leituras outras da realidade generificada para além da matriz hegemônica. A partir da agência dessas sujeitas, sujeitos e sujeites LGBTQIA+ bem como das suas contribuições teórico políticas e epistemológicas, buscamos tensionar o fazer pedagógico ancorado tanto na colonialidade (MIGNOLO, 2016) quanto na cisheterosexualidade compulsória (VERGUEIRO, 2015; NASCIMENTO, 2021). 

           

Biografia do Autor

  • MILLENA LYRA VALENÇA, Universidade Federal de Pernambuco

    Mestra em Ensino de História pela Universidade Federal de Pernambuco - Brasil

  • ALINE RODRIGUES MALTA, Universidade Federal de Pernambuco

    Mestra em Educação Matemática e Tecnológica pela Universidade Federal de Pernambuco - Brasil

Referências

BENTO, Berenice. Na escola se aprende que a diferença faz a diferença. Revista Estudos Feministas, v. 19, p. 549-559, 2011.

BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Editora José Olympio, 2018.

DELEUZE, G.; GUATTARI, F. Mil Platôs: capitalismo e esquizofrenia. Rio de

Janeiro: Editora 34, 1995. v.1.

FOUCAULT, Michel. The Order of Discourse. In: YOUNG, Robert J. C. (ed.). Untying the Text: A Post-Structuralist Reader. Boston: Routledge and Kegan Paul, 1981, p. 48-78.

LOURO, Guacira Lopes. O corpo educado: pedagogias da sexualidade. Autêntica, 2018.

MIGNOLO, W. El pensamiento des-colonial, desprendimiento y apertura: un manifiesto. Revista Telar, n. 6, p. 7-38, 10 may 2016.

NASCIMENTO, Letícia. Transfeminismo. [São Paulo:]: Editora Jandaíra, 2021.

SILVA, Tomaz Tadeu da. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2003.

SOUZA, Dediane; ARAÚJO, Tathiane (orgs). Censo trans. Reflexões sobre dados do Censo Trans: sem motivo para orgulho diálogos e análises dos contextos socioeconômicos de mulheres travestis e transexuais do Brasil. Ebook. Rede Trans Brasil, 2022. Disponível em: http://redetransbrasil.org.br/wp-content/uploads/2022/06/REDE-TRANS_Censo-Trans-2020-pub-web.pd

VALENÇA, Millena Lyra. “Folhas de narrativa sequestrada”: uma proposta transfeminista para o ensino de História através da HQ Xica Manicongo. 2022. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Pernambuco.

VERGUEIRO, Viviane. Por inflexões decoloniais de corpos e identidades de gênero inconformes: uma análise autoetnográfica da cisgeneridade como normatividade. 2015. Dissertação (Mestrado) Programa Multidisciplinar de Pós Graduação em Cultura e Sociedade. Universidade Federal da Bahia. Salvador, 2015.

Downloads

Publicado

30.12.2022

Como Citar

CORPOREIDADES ABJETAS NO ESPAÇO ESCOLAR: TENSIONANDO O CISTEMA SEXO-GÊNERO. (2022). INTERNATIONAL JOURNAL EDUCATION AND TEACHING (PDVL) ISSN 2595-2498, 5(3), 67-73. https://doi.org/10.31692/2595-2498.v5i3.274