EDUCAÇÃO EM QUÍMICA E ETNOBOTÂNICA: INTEGRANDO SABERES TRADICIONAIS E CIENTÍFICOS NO ENSINO MÉDIO

Resumo

O uso de ervas medicinais é uma prática profundamente enraizada em diversas culturas ao redor do mundo, especialmente em comunidades de origens afrodescendentes e indígenas. No Brasil, essa herança cultural assume um papel significativo na manutenção da saúde e do bem-estar, sendo transmitida de geração em geração. Segundo Cunha e Silva (2020), o conhecimento sobre ervas medicinais reflete a resistência cultural de grupos historicamente marginalizados, que utilizam essas práticas como uma forma de preservar sua identidade e ressignificar suas tradições. A pesquisa justifica-se pela necessidade de promover uma educação que valorize e integre saberes tradicionais e científicos, considerando a rica herança cultural brasileira no uso de ervas medicinais. Essas práticas, profundamente enraizadas em comunidades indígenas e afrodescendentes, refletem não apenas estratégias de saúde, mas também a preservação de identidades e conhecimentos ancestrais. No entanto, a desconexão crescente com esses saberes e os preconceitos sociais associados reforçam a importância de seu reconhecimento e valorização no ambiente escolar, especialmente na disciplina de Química, que oferece um contexto rico para explorar as propriedades químicas e sustentáveis dessas práticas. O objetivo deste estudo é investigar como os estudantes do ensino médio percebem o uso de ervas medicinais em suas famílias e comunidades, destacando os aspectos culturais, sociais e científicos relacionados. A partir dos dados coletados, busca-se propor estratégias pedagógicas que integrem esses saberes ao ensino de Química, promovendo uma educação inclusiva, antirracista e contextualizada. Dessa forma, pretende-se contribuir para a valorização das tradições culturais, ao mesmo tempo em que se amplia a compreensão dos estudantes sobre a química e a sustentabilidade, conectando ciência e cultura de forma significativa.