CIÊNCIA FORENSE: UMA ABORDAGEM DA IDENTIFICAÇÃO HUMANA NO ENSINO DE CIÊNCIAS

Autores

  • Marcos Felipe Silva Lino UPE
  • Marcos Vinicios Ferreira de Sá UPE
  • Cleomacio Miguel da Silva UPE

DOI:

https://doi.org/10.31692/2595-2498.v3i2.133

Palavras-chave:

Cena de crime, Ciências da natureza, Impressão digital, Investigação criminal

Resumo

Este artigo tem como objetivo incentivar a promoção do ensino de ciências, usando, como modelo de aprendizagem, as interações com a ciência forense, visando estabelecer novas práticas pedagógicas de motivação para os alunos do ensino médio, através de experimentos básicos de coleta de impressões digitais. Com isto, busca-se a melhoria na qualidade de ensino, principalmente em relação às aulas práticas, proporcionando aos estudantes e professores de Educação Básica atividades extracurriculares e debates utilizando ciência forense e a investigação criminal. O ensino de ciências enfrenta muitos obstáculos. Geralmente, o conteúdo tem baixa aceitação entre os estudantes, com ênfase a conceitos abstratos que inibem a curiosidade e motivação dos alunos. Portanto, a presente pesquisa foi desenvolvida com a finalidade de elaborar experimentos de coleta, caracterização e identificação de impressões digitais, envolvendo a interdisciplinaridade e a contextualização de forma lúdica, abordando temas relacionados com a identificação humana. Essas atividades foram desenvolvidas para 37 alunos do 3º ano do ensino médio de uma escola da rede privada do município de Paulista, no estado de Pernambuco. Foi realizada uma simulação de local de crime, composta por diversos indícios distribuídos pelo local, realizando a integração e dinâmica entre os estudantes. Isto possibilitou a participação efetiva dos alunos nas simulações das atividades propostas da rotina de trabalho de um perito criminal. Do total de 37 alunos entrevistados, 51% sabiam o conceito de identificação humana; 81% afirmaram que não conheciam os métodos utilizados no processo de identificacao humana; e 95% dos alunos afirmaram não ter aulas práticas com frequência. Os dados obtidos na pesquisa indicam que os estudantes demonstraram interesse pela metodologia utilizada, visto que foi a primeira vez que todos participaram de uma relação entre teoria e prática ligada à ciência forense. Os dados apontam que as ciências da natureza ainda enfrentam uma baixa aceitação entre os estudantes, porém as aulas práticas colaboram para apreço, visto que ensinar ciência é um desafio. Nessa perspectiva, acredita-se que essa proposta de ensino contribui para um melhor entendimento sobre a contextualização. Afinal, pode-se afirmar que um ensino com aulas práticas torna-se uma importante ferramenta didática que aumenta o dinamismo, pois envolvem a contextualização, conhecimento prévio e o cotidiano dos aprendizes.  Observam-se as potencialidades desta temática no âmbito escolar, principalmente para o ensino de ciências e suas tecnologias.

Biografia do Autor

  • Marcos Vinicios Ferreira de Sá, UPE

    Licenciatura em Ciências Biológicas, Universidade de Pernambuco

  • Cleomacio Miguel da Silva, UPE

    Doutor em Tecnologias Energéticas e Nucleares, Universidade de Pernambuco

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Publicado

31.08.2020

Como Citar

CIÊNCIA FORENSE: UMA ABORDAGEM DA IDENTIFICAÇÃO HUMANA NO ENSINO DE CIÊNCIAS. (2020). INTERNATIONAL JOURNAL EDUCATION AND TEACHING (PDVL) ISSN 2595-2498, 3(2), 31-49. https://doi.org/10.31692/2595-2498.v3i2.133

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