A AULA NUMA PERSPECTIVA DIALÓGICA

Resumo

O artigo propõe uma discussão sobre a aula numa perspectiva dialógica, considerando as contribuições teóricas do grupo de Bakhtin e do educador Paulo Freire que trazem para o campo da formação de professores importantes reflexões quanto a constituição dos sujeitos nas relações com os outros. Neste sentido, tomaremos a aula de Geografia no estágio supervisionado como nosso objeto de análise. A prática docente, como dimensão da prática social mais ampla, consiste numa forma de intervenção de caráter intencional na realidade social. Desta forma, o ensino de Geografia tem como objetivo principal endossar os conceitos básicos desta ciência no que se refere a relação Homem-Meio, de forma que a teoria consiga abranger o cotidiano, os fatos da vida real. O percurso investigativo compreendeu uma pesquisa bibliográfica, seguida da atividade de coleta de informações por meio de observação de aulas remotas de estudantes estagiários do curso de Licenciatura em Geografia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco -  IFPE e questionário. A construção da análise realizou-se a partir dos enunciados orais e escritos dos estudantes, a partir dos conceitos de diálogo, relações dialógicas, leitura de mundo e educação bancária. Percebemos que os estagiários não desenvolvem suas aulas ancoradas em uma abordagem de ensino específica. Nota-se que alguns estagiários atuam praticando uma escuta dialógica, onde se abre espaço para que as múltiplas vozes se manifestem, enquanto outros carregam as marcas de uma educação tradicional, sem abertura para a participação ativa dos estudantes. Acreditamos que a perspectiva de ensino baseada em relações dialógicas, pode superar à concepção bancária ainda presente em nossas escolas.